EFEITOS NOCIVOS DO INCÊNDIO - PÂNICO -

 O Objetivo deste projeto é de apresentar conceitos, informações, leis e reflexões, de forma abrangente, sobre o tema, chamando a atenção para exemplos da vida cotidiana da população Brasileira em que ações e campanhas devem estar presentes. Nosso direito de editar baseia-se no capítulo V da constituição, artigo220: “A manifestação de pensamento, da criação e expressão, bem como a informação sob qualquer forma, processo ou veiculação, não sofrerão qualquer restrição observando o disposto nessa constituição. Os meios de comunicação não podem direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio, a publicação de veículo de comunicação independente de licença de autoridade.” Resolução do STF 05/08/09 Diário Oficial.

EFEITOS NOCIVOS DO INCÊNDIO - PÂNICO -

Efeitos nocivos do incêndio

- Pânico ( A tentativa desordenada de evasão, impulsionada pelo desejo único de permanecer vivo, estabelece a “lei do mais forte” em toda sua dimensão, e, invariavelmente, ocorrem pisoteamentos, esmagamentos e saltos para morte, que são gestos desesperados e traduzem não uma tentativa de escapar, mas o último esforço para reduzir o martírio e os sofrimentos da morte pelo fogo.

Por esses motivos, nem sempre a vítima facilita a ação do bombeiro, que deve conseguir realizar uma ação correta de convencimento, persuasão ou domínio das vítimas.)

- Ações preventivas

- Fatores estimulantes do pânico

- Controle do pânico

- Procedimentos básicos

- Salvamento de pessoas Pânico A origem da palavra pânico é relativa ao deus da mitologia grega, Pan; que assusta sem motivo; relacionado a susto ou pavor repentino, às vezes, sem fundamento; que provoca uma reação desordenada individual ou coletiva de propagação rápida.

O pânico é uma sensação psicológica de temor, a qual se manifesta de forma dinâmica ou estática.

É causada por uma informação ou fato que extrapola a faixa de normalidade de um indivíduo, tornando-se adverso em razão do seu não processamento, podendo ser intensificado por fatores emocionais.

É importante considerar que as pessoas envolvidas em um incêndio podem ser tomadas pelo pânico, e isso inclui os bombeiros.

Essa situação pode levá-los a uma condição irracional, dando vazão a vários instintos primitivos básicos (fuga, luta, medo).

Cada pessoa apresenta reações próprias, podendo ir desde o choro convulsivo e histérico até permanecerem estáticas, aparentemente sem reação.

Existem vários exemplos de incêndios nos quais as pessoas, na busca frenética e desordenada por uma saída do local sinistrado, acabaram, infelizmente, em locais de difícil acesso para o salvamento, como banheiros, atrás de armários, debaixo de mesas ou em locais inundados pela fumaça, tornando-se vítimas fatais:

ASTÓRIA – em julho de 1963, Rio de Janeiro – 4 (quatro) mortos e 30 (trinta) feridos;

ANDRAUS – fevereiro de 1972, São Paulo – 16 (dezesseis) vítimas fatais;

JOELMA – fevereiro de 1974, São Paulo – 188 (cento e oitenta e oito) vítimas fatais.

A tentativa desordenada de evasão, impulsionada pelo desejo único de permanecer vivo, estabelece a “lei do mais forte” em toda sua dimensão, e, invariavelmente, ocorrem pisoteamentos, esmagamentos e saltos para morte, que são gestos desesperados e traduzem não uma tentativa de escapar, mas o último esforço para reduzir o martírio e os sofrimentos da morte pelo fogo.

Por esses motivos, nem sempre a vítima facilita a ação do bombeiro, que deve conseguir realizar uma ação correta de convencimento, persuasão ou domínio das vítimas. Ações preventivas As ações preventivas devem se desenvolver sob dois aspectos:

na capacitação dos bombeiros, no exercício de suas atividades específicas;

na elaboração de planos de evacuação para os principais estabelecimentos, conforme a área de cada unidade operacional, considerando as características e o público a ser atingido, proporcionando condutas educativas com o objetivo de minimizar os efeitos do pânico, em caso de ocorrência do incêndio.

Dentro da sua área de atuação, juntamente com os órgãos setoriais da Diretoria de Serviços Técnicos, devem implantar simulados e simulacros em edificações como hospitais, creches, asilos, locais de difícil acesso para as viaturas de combate, locais de concentração de público, e outros julgados relevantes.

Tudo para desenvolver a cultura e o controle do pânico, visando ações preventivas, avaliando o desempenho profissional dos bombeiros de forma criteriosa e a utilização dos equipamentos de acordo com observações mais completas e próximas da realidade.

Os bombeiros devem ser continuamente capacitados com treinamentos e palestras, com o objetivo de identificar as situações de pânico que poderão ser encontradas nas atividades de combate a incêndios e salvamentos, buscando prepará-los para que não se deixem contagiar pelo medo e para que consigam desenvolver ações controladoras, capazes de transmitir e inspirar confiança nas vítimas.

Os dados obtidos por meio da execução desses exercícios ou treinamentos devem formar um banco de dados nas unidades, possibilitando a otimização do desempenho nos simulados e simulacros futuros, visando à real ocorrência de sinistros.

Fatores estimulantes do pânico; *falta de conhecimento sobre o fato gerador do estímulo

– a pessoa em pânico não sabe o que está realmente acontecendo;*congestionamento nas saídas de emergências;*riscos envolvidos nas atividades desenvolvidas no local

– a evacuação de um hospital ou asilo será mais complicada para os bombeiros do que em edifícios residenciais;*surgimento de atividades agressivas ou competitivas (entre guarnições ou entre órgãos externos ao Corpo de Bombeiros);*altura em que a pessoa se encontra

– o que implica dizer que quanto mais elevada estiver, mais propensa ao pânico ela se encontrará;*aumento da temperatura ambiental

– tornando a cena do incêndio insuportável aos presentes;*ocorrência de mudanças orgânicas nos níveis sensoriais e fisiológicos

– cada indivíduo reage de uma maneira.

Controle do pânico Em primeiro lugar, é necessário que o bombeiro tenha controle de suas próprias emoções, desenvolvendo também sua capacidade de liderança, para então auxiliar no controle do pânico das pessoas presentes na cena do incêndio.

Deve-se ter em mente que não existe um perfil único para todas as vítimas, podendo ser adultos, idosos, crianças, enfermos, deficientes físicos, deficientes mentais ou grávidas.

Logo, o bombeiro terá de analisar esse aspecto no que se refere às características do público encontrado, para só então efetivar uma escolha rápida e bem direcionada da maneira de lidar com ele.

Após obter essas informações, terá como base o horário e a atividade (se residencial ou comercial) do local onde está ocorrendo o sinistro.

A guarnição deve observar quais as vítimas que se apresentam menos traumatizadas, pois elas serão mais facilmente convencidas de que a presença da equipe dos bombeiros é um fator favorável, uma vez que são os indivíduos que os ajudarão a manterem-se vivos. Para convencer as vítimas envolvidas em um sinistro, o bombeiro deverá ser persuasivo, ao conversar com elas. De acordo com a circunstância, pode ser necessário o uso de meios estimulantes, os quais variam desde a clássica batida nas faces (com moderação), até a ameaça de emprego da força, com o intuito de dominar a(s) vítima(s), sendo recomendado o uso da força apenas em último caso. É necessário que a guarnição de salvamento tenha conhecimento do seguinte:

 altura e número de pavimentos da edificação;

 pontos de acesso e escape do prédio;

 perigos existentes e áreas de risco

 sistemas de preventivos existentes e/ou disponíveis;

 população fixa e/ou flutuante.

Procedimentos básicos Constituem procedimentos básicos em uma situação potencial de pânico:

buscar a retirada das vítimas por meio da ação de uma equipe treinada e altamente disciplinada; manter curiosos afastados para evitar confusão e para que o bombeiro possa atuar melhor; colocar as vítimas sob o comando de socorrista.

Esse bombeiro demonstrará a elas que controla a situação, preferencialmente mediante uma postura tranqüila, mas com a firmeza necessária, transmitindo, sempre que possível, mensagens curtas, porém expressivas, realizando, de acordo com a necessidade, determinadas ações de efeito psicológico; se estiver próximo às vítimas e desejar conduzi-las para um local de escape, retire todo o grupo de uma forma organizada e não permita conversas durante a condução, a fim de evitar o risco de perda do controle sobre os elementos do grupo; se, durante a condução das vítimas, estiver escuro, determine que se dêem as mãos e não elevem os pés para dar a passada, buscando, dessa forma, evitar a separação do grupo e/ou a ocorrência de acidentes durante o seu deslocamento (queda de uma ou mais pessoas em poços, degraus, buracos que possam existir, mas que, se tornam imperceptíveis com a escuridão). Salvamento de pessoas É um trabalho difícil, pois o bombeiro terá de ir até um ponto, geralmente, confinado pelo incêndio, do qual a vítima por si só não teve condições de sair.

Portanto, também ele passa a correr risco de morte.

As pessoas constituem a mais urgente prioridade para as guarnições de bombeiros que atuam nos incêndios.

Além do risco da própria vida, poderá, ainda, o bombeiro deparar-se com dois fatores adversos:

a) aglomeração

– na tentativa de fuga, as pessoas vão se ajuntando até formarem um grupo numeroso, que acaba retido em algum compartimento do prédio.

Nesse caso, o trabalho do bombeiro é dificultado, pois todos querem salvar-se e cada um quer ser o primeiro;

b) pânico

– estado de extrema ansiedade que, por vezes, torna as pessoas desordenadas e irracionais.

O salvamento, principalmente o de pessoas, consiste na promoção da fuga do local sinistrado, colocando-as em local seguro e isento de riscos.

O principal meio de fuga são as escadas enclausuradas, essas só existem em edifícios mais altos e novos.

Ao bombeiro, cabe localizá-las e conhecer o sistema das suas portas corta-fogo.

Então, seu trabalho limitar-se-á a conduzir as vítimas até a porta do pavimento sinistrado, daí terão acesso à rua, através da escada enclausurada.

Na sua falta, utiliza-se a escada comum.

Dependendo da necessidade, poderão ser usadas outras técnicas de salvamento, como cabos aéreos, escadas ou plataformas mecânicas, entre outros.

Porém, só devem ser utilizadas quando necessário e as escadas, por algum motivo, não atenderem ao propósito. Como a segurança humana é uma das principais finalidades do escape nos incêndios, a evacuação deve estar baseada nos princípios da objetividade, precisão, disciplina e segurança.

As vítimas devem ser conduzidas para as escadas de incêndio, deixando um bombeiro ou mais encarregados de dar as seguintes orientações necessárias: as vítimas não devem ir para os andares superiores; devem manter uma distância segura entre uma vítima e outra; as vítimas descem apenas de um lado da escada, destinando o outro para o trânsito das equipes de bombeiros; evitam-se correrias e aglomerações desnecessárias; concentram-se as vítimas em um mesmo local a fim de se efetuar uma chamada rápida e para que se verifique se há falta de alguma pessoa.